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  • Foto do escritor: Rayane.
    Rayane.
  • 28 de jan.
  • 2 min de leitura

Dia desses eu falava pra minha psicóloga, na terapia: "Eu preciso falar, é uma necessidade... eu falo muito, demando muito e a terapia também tem essa função pra mim: poder simplesmente falar, falar, falar, falar". E, falando ali, depois escutando minha voz ecoando por dias, me lembrei de que eu não falava tanto assim antes, mas... ta aí: eu sempre escrevia. Eu era uma pré-adolescente que escrevia em diários, e não só sobre o que tinha acontecido no meu dia, mas também sobre como me sentia sobre o que tinha acontecido. Escrevia sobre mim.

Era uma forma de elaborar, de construir sentidos sobre a vida - sobre a minha vida. Sobre o passado e o futuro, sobre o presente. Escrevendo, me organizo. Nomeio o que me acontece. Vou buscando em mim e encontrando onde puder.

Leio. Releio. Respiro.

Certa vez, muitos anos depois, encontrei alguns desses diários. Li um pouquinho, senti um pouco de vergonha e ri de mim mesma: "como as coisas pareciam ser tão maiores do que realmente eram!".

Agora, me dou conta e, no lugar do riso, vem o nó na garganta:

Sim, pareciam maiores. Porque, para o tamanho que eu me sentia e me via naquele momento, elas eram mesmo gigantes.

Mas veja só: a gente cresce e não necessariamente isso muda. Aquilo que julgamos pequenos dramas da adolescência, dão lugar a outros que continuam sendo gigantes - por vezes muito maiores, de fato.

Lidar com situações difíceis é sempre também sobre lidar com a gente - com como nos sentimos e nos vemos diante do mundo e do que nos convoca a agir. O que é possível fazer? O que é possível para mim? Quais escolhas são possíveis - e quais delas eu desejo seguir?

Eu escrevo. E assim, aos poucos, palavra por palavra, consigo organizar minha bagunça interna. E por isso, muito mais do que qualquer outro motivo, estou aqui. Escrevendo.


O que você faz? O que sente que precisa fazer? E, veja: talvez a resposta não venha agora. Talvez leve um tempo - e, te convido, então, a ficar com a pergunta: o que você sente que precisa?


Até outro dia,

Rayane.

 
 
 

© 2035 por Rayane Oliveira.

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